sábado, 26 de junho de 2010

FESTEJOS DO 25 DE JUNHO NA CIDADE DE CACHOEIRA

SIMBÓLO DA INDEPENDÊNCIA


 A presença da figura do caboclo historicamente apareceu ao vivo no primeiro cortejo em homenagem à Independência da Bahia em Salvador. Segundo o historiador Cid Teixeira, os lutadores de 1823 escolheram o índio como o homem-símbolo da Independência. A etno-historiadora Nádja Freire Dórea, relata que no primeiro desfile comemorativo ao Dois de Julho, foi utilizada uma carreta que tinha servido nos combates de Pirajá quando a mesma, desfilando toda enfeitada com ramos de café, fumo, cana de açúcar e outras espécimes da flora brasileira conduzia um velho mestiço descendente de índios.
Posteriormente em 1826, os responsáveis pelos festejos encomendaram ao escultor Manoel Inácio da Costa a confecção de um carro alegórico que simbolizasse a vitória das tropas baianas, ficando estabelecido que o Caboclo devesse representar o Brasil livre da tirania do colonizador, ao tempo que a serpente que o referido Caboclo esmagava, seria o próprio colonizador português. Não se sabe ao certo, a partir de que ano, as figuras do Caboclo e da Cabocla foram incorporadas aos cortejos em homenagem à Independência nas cidades do Recôncavo que participaram das lutas pela regeneração da Bahia.
Na cidade de Cachoeira esta tradição, começa com a montagem da casa dos Caboclos. 


E a levada dos carros do Cabloco e a Cabloca.


FESTA DA BOA MORTE É PATRIMÔNIO IMATERIAL DA BAHIA


No início do século XIX mulheres negras e ex-escravas se uniram para ajudar escravos a conseguir a liberdade. Em torno da fé em Nossa Senhora, criaram uma confraria católica, a Irmandade da Boa Morte, que saiu de Salvador e foi se instalar na cidade de Cachoeira, por volta de 1820. Desde então, todos os anos, as irmãs promovem uma festa que mistura elementos do catolicismo e do candomblé e é considerada uma das mais importantes manifestações culturais da Bahia.

Agora, essa história de luta e devoção foi transformada em patrimônio imaterial da Bahia. O decreto de reconhecimento foi assinado pelo governador Jaques Wagner, nesta sexta-feira (25), durante sessão solene na Câmara Municipal de Cachoeira. Ele inclui a Festa da Boa Morte no Livro de Registro Especial de Eventos e Celebrações.

“Essas mulheres lutaram e são um exemplo. Esse é um reconhecimento mais do que merecido. Espero que, com ele, a gente possa fortalecer ainda mais a tradição e manter viva a festa”, disse Wagner. O reconhecimento é uma salvaguarda à manifestação cultural afrocatólica, que passa a ter a proteção e o incentivo do Estado e da sociedade civil organizada. Uma garantia de que a tradição vai permanecer viva da mesma forma como é realizada atualmente.

Divulgação - Entre os benefícios diretos do tombamento está a prioridade para a concessão de financiamentos públicos e privados. O diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia (IPAC), Frederico Mendonça, explica que o registro já prevê a realização de ações de salvaguarda, como a publicação de um livro e um vídeo documentário sobre a festa; a elaboração de um projeto de um memorial da Boa Morte; além de estudos para a criação de atividades que gerem renda para as mulheres envolvidas na tradição.

“Nós só valorizamos aquilo que conhecemos, por isso vamos divulgar a Boa Morte por meio do livro e do DVD. Também já licitamos o projeto de um memorial, além de todo o benefício que o reconhecimento já traz, dando credibilidade e criando uma espécie de marca cultural”. Antes do registro, o IPAC realizou estudos técnicos e elaborou um dossiê. O trabalho, que durou um ano, resultou no documento que foi aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC).

Além da Festa da Irmandade da Boa Morte, são considerados patrimônios imateriais da Bahia o ofício da baiana de acarajé, a roda de capoeira, o ofício dos mestres de capoeira, o samba de roda do recôncavo, o carnaval de Maragogipe e a festa de Santa Bárbara. Atualmente está em processo de reconhecimento o desfile dos afoxés no carnaval de Salvador.
 Irmãs da irmandade da Boa Morte, subindo as escadarias da Câmara Municipal da Cachoeira, para o ato da assinatura do decreto.

 Governador Jacques Wagner, assinando o decreto que torna a festa da Boa Morte, patrimônio imaterial da Bahia.



Primeira Dama do estado Sra. Fátima Mendonça




EXPOSIÇÃO "CACHOEIRA, CAPITAL DA BAHIA 25 DE JUNHO"

Presidente da Câmara Municipal da Cachoeira, na abertura da exposição

Senhora Jocelina Lima (minha mãe)

Apresentação da Filarmônica 25 de junho na abertura da exposição

Alunos do curso de Museologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB
Secretário de Cultura do estado da Bahia, em visita à exposição