Conta a tradição religiosa de matriz africana que Yemanjá, sentindo seus filhos desprezados e humilhados aqui no Recôncavo, sai da África e atravessa o Atlântico Negro em forma de baleia, e em Cachoeira petrifica-se. É neste lugar que por muito tempo povos africanos escravizados faziam suas oferendas a esta deusa de nação Iorubana, que também é rio: Yemonjá. Esta tradição ficou os últimos 50 (cinqüenta) anos sem ser realizada.
Depois de uma pesquisa, a Associação Yemanjá Ogunté, em parceria com o povo de santo da região vem realizando nos últimos cinco anos esta festa que se configura como um dos patrimônios culturais de Cachoeira.
A Festa de Iemanjá não se traduz simplesmente como espetáculo cultural, e sim uma ação coletiva para se manter uma tradição que por tanto tempo foi deixada em segundo plano por tratar-se de uma “cultura menor”.
Desta forma, a Festa de Yemanjá da Cachoeira, se revela hoje a alquimia perfeita entre o desenvolvimento turístico de um território e a valorização de saberes ancestrais que se configuram como patrimônio da diversidade cultural baiana.
Jomar Lima
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