Ponte metálica do final do século XIX. A construção da Estrada de Ferro Central da Bahia tinha como finalidade facilitar o escoamento da produção mineral da Chapada Diamantina. A rigor, bastaria chegar ao Porto de S. Félix, mas Cachoeira a segunda cidade do Estado, pressionou para que nessa oportunidade se concretizasse o seu velho sonho de cruzar o Paraguaçú, incorporando o Distrito de S. Félix à cidade e garantindo o seu acesso à região das lavras. Um primeiro projeto de ponte, apresentado pela "Paraguassú Steam Tramroad Company" e firmado pelo Eng. E.B. Webb, não foi executado. Deveria ficar situada 200m a jusante da atual e tinha 20 vãos, totalizando 350m . A atual, com apenas quatro vãos e 365m de comprimento, lançou mão da tecnologia mais avançada da época. Em sua construção foram utilizados os mais novos equipamentos disponíveis, como bombas centrífugas, guindastes móveis acionados a vapor e rebitadores hidráulicos. As treliças vieram em grande parte prontas da Inglaterra .Esta estrutura foi, com justa razão, considerada a mais importante ponte ferroviária realizada na América do Sul até então e constitui um dos mais relevantes marcos históricos da engenharia brasileira.
Histórico arquitetônico:
1754 - Primeiro intento de construção da ponte.
1816/26 - Cogita-se construir ponte de madeira .
1859 - Tentativa, sem êxito, de construção da ponte .
1865 - Lei Geral, de 16/I, autoriza a concessão de uma ferrovia ligando Cachoeira a Lavras Diamantina e a Feira. Os projetos da estrada e da ponte são aprovados, mas a "Paraguassú Tramroad Company Ltda" faliu, em 1869, só tendo construído 25Km do ramal de Feira .
1874 - Os trabalhos são retomados pela "Brazilian Imperial Central Bahia Railway Company Limited", sucessora da primeira e re-estruturada pelo Eng. Hugh Wilson .
1881 - É lançada a pedra fundamental da ponte, em 22/XII. As obras foram dirigidas pelo Eng. Frederico Merei, sob a fiscalização do Eng. Affonso G. da Cunha Maciel .
1883 - Em outubro, é iniciada a montagem da superestrutura com auxílio de guindaste a vapor sobre trilhos.
1885 - Após provas de resistência, a ponte é inaugurada em 7/VII desse ano pelo Presidente da Província.
1887 - É aprovada tabela de pedágio para a ponte. O controle inglês da ferrovia foi transferido, já na República, para o Governo Federal .
7 comentários:
muito bom
Brilhante mesmo essa postage. Uma homenagem digna a esse monumento histórico, arquitetônico e que se incorporou tão bem não só à paisagem física do Vale do Paraguaçu, mas principalmente à nossa história e cultura. Pena que essa oportunidade de homenageá-la condignamente não esteja sendo prestigiada devidamente.
Brilhante mesmo essa "postagem". Uma homenagem digna a esse monumento histórico, arquitetônico e que se incorporou tão bem não só à paisagem física do Vale do Paraguaçu, mas principalmente à nossa história e cultura. Pena que essa oportunidade de homenageá-la condignamente não esteja sendo prestigiada devidamente.
Valeu Jorginho, um grande abraço
Valeu Jorginho, um grande abraço
Gostei muito de você ter lembrado a passagem do aniversário da Ponte D. Pedro II. Ela é estar tão presente na nossa vida que não poderíamos esquecer de seu aniversário. Acho até que isso deveria ser lembrado nas escolas, para que os cidadãos cachoeiranos em processo de aprendizagem, se apropiasse de sua história.
Muuuuuuuuito bom, ou melhor, excelente!
Continue rastreando fatos históricos ou culturais da cidade de Cachoeira, que muita das vezes passam despercebidos pelos próprios cachoeiranos.
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