quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

REABERTURA DA GALERIA DA FUNDAÇÃO HANSEN BAHIA

Avance Hansen!




Depois de séculos de importância política para o Brasil Colônia e Império, a região do Recôncavo baiano ganha uma nova reconfiguração no contexto atual da Bahia. Baseada na Cultura que nosso Estado passou a ver como fator de desenvolvimento, como economia limpa e autosusentável, Cachoeira e São Félix atraem a atenção por aquilo que podem produzir de conhecimento e valor simbólico.

Karl Heinz Hansen (1915-1978) é um dos principais artistas estrangeiros que chegaram à Bahia, adotando nossa terra com amor, incorporando o estado ao seu nome. E que orgulho para o nosso estado ser dono de tão rico acervo. Quem pode dimensionar a importância de Hansen para gerações de artistas baianos? Influenciando não só na arte da xilogravura, Hansen Bahia nos ensinou a olhar não somente a beleza de nossas paisagens, mas também nossos defeitos, nossos problemas sociais, cumprindo o papel crítico do artista com sua realidade e seu público.

“Minha língua é a gravura”, dizia Hansen, e sua poderosa língua nos emociona ainda hoje com a força de sua poética. Sua herança é todo um conhecimento não só sobre a gravura, mas um pensamento sobre a ecologia, sobre os impactos ambientais, questões que ainda estão presentes no cotidiano do Recôncavo.

Toda experiência e arte de Hansen que foi plantada nessas terras, está germinando e precisa florescer. A nova configuração da Fundação Hansen em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, vai reabrir as portas do território para o mundo, recuperar sua importância estratégica para o Brasil, avançar no entendimento de que uma fundação dessa importância precisa estar em contato com o mundo. Devemos descobrir a partir de agora qual a relevância da xilogravura para a economia da cultura, para o mercado das artes, para as artes contemporênas e para o pensamento das artes em nosso estado.

Essa ponte entre o Recôncavo e o mundo através da nova Fundação Hansen é urgente e necessária. Existe amor e paixão para que isso aconteça. Assim como é combustivel para os artistas, sentimentos também são determinantes nas decisões políticas que podem melhorar a realidade de um local.



Márcio Meirelles

Secretário de Cultura do Estado da Bahia
Presidente do Conselho Curador




COMISSÃO ORGANIZADORA

Aquilino Paiva, Elaine Gonçalves Guimarães, Elias Gomes de Souza, Gildo Santos Junior, Jomar Lima, Maria de Fátima, Valter da Silva Fraga Filho.


 Da esquerda para diteira: Aquilino Junior (Cerimonial), Marcio Meirelles (Secretário de Cultura do estado da Bahia), Dr. Paulo Gabriel Nacif (Reitor da UFRB), Fernando Antonio Pereira (Prefeito de Cachoeira), Dr. Xavier Vatin (Diretor do CAHL/UFRB) e Elias Gomes de Souza (Coordenador Executivo da Fundação Hansen Bahia).






 Irmãs da Irmandade da Boa Morte



Da esquerda para direita: Prof. Evandro Sybine/UFBA, familia do Coordenador Executivo com sua esposa Profa. Silva/UFRB


Professores Carlos Costa e Suzane Pêpe/UFRB e futuros Museologos UFRB

Samba de Roda Filhos de Nagô da cidade de São Félix

Grupo de Terno de Reis da cidade de São Félix

sábado, 11 de dezembro de 2010

FUNDAÇÃO HANSEN BAHIA

 Com a reforma de suas instalações a Fundação Hansen Bahia irá retomar e ampliar suas atividades culturais na cidade com eventos, cursos e exposições, dando assim continuidade ao sonho desse artista alemão que amava a cidade de Cachoeira e legou para ela grande parte de todo o acervo de sua criativa existência. Hansen expressou em sua obra toda a dimensão humana e registrou com maestria através do entalhe da xilogravura aspectos culturais, sociais e antropológicos, captados com sua sensibilidade rara ao longo de sua existência. Revelou-se o maior artista desse gênero e suas obras espalham-se por dezenas de museus mundo afora. Hansen adotou o Bahia ao seu sobrenome pelo amor desmedido à essa terra e passou os últimos anos de sua vida em Cachoeira e São Félix.
Jorge Amado, de quem foi amigo dileto, assim o definiu : "Feliz terra é a Bahia, feliz como uma dessas mulheres de beleza definitiva que tem imediatamente a seus pés os homens. Que dizer do gravador ? Assim, humildemente, reduzo-me a dizer que suas gravuras me comoveram profundamentee é o poder de comover a marca do artista, a medida do artista".





Sede foi reformada e volta a abrigar atividades culturais





Puxada de Rede, uma das xilogravuras de Hansen Bahia




Quem foi : Nascido na Alemanha em 1915, Karl Heinz Hansen foi marinheiro e lutou como soldado na II Guerra Mundial onde, nas horas de folga, começa a pintar para aliviar o drama de estar envolvido na carnificina que o horrorizava. Após o conflito, trabalha em artes gráficas e produz suas primeiras xilogravuras, expondo em Estocolmo, na Suécia. Trabalha com cinema e e faz roteiros para filmes anti-bélicos e livros para crianças , para lhes mostrar os horrores da guerra. Em 1951 migra para o Brasil, onde leciona e faz exposições de sua s xilogravuras no Museu de Arte de São Paulo. Suas obras logo adquirem grande conceito e ele torna-se um artista conhecido no mundo das artes. Em 1955 apaixona-se pela Bahia e muda para cá onde se torna um dos destaques da geração de ouro de artistas e intelectuais, que reunia também Jorge Amado, Calazans Neto, Pierre Verger, Carybé, Carlos Bastos, Jenner Augusto e Genaro de Carvalho, além de muitos outros nomes. Suas obras ganham dimensão internacional e passa expor e ter obras no acervo fixo de museus da Alemanha, Suíca, Bélgica, Estados Unidos, Portugal, França, Holanda, Suécia, Áustria e outros países. É nessa década que adota o sobrenome "Bahia" para expressar a gratidão pela terra que adotou e foi adotado ("Tudo o que sei e sou, devo à Bahia", costumava repetir) e também lhe serviu de inspiração.
Aqui retrata o universo dos mercados e feiras livres, das putas e cabarés, erecria com sua sensibilidade as imagens dos navios negreiros, dos pescadores e trabalhadores do cais, dos retirantes da seca, das pensões baratas e dos rituais religiosos do candomblé e de cerimônias católicas, como os atos da agonia de Cristo na "Via Crucis", entre outros temas.
Nos anos 70, Hansen muda-se para São Félix, de onde segundo ele podia apreciar a beleza de Cachoeira e do Vale do Paraguaçu, paisagem que o encantou a ponto de deixar para a cidade o conjunto de sua obra. Morre em 1978.
 

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010